Os dados da Secretaria de Estado de Saúde mostram que o número de atendimentos relacionados à ansiedade em jovens no estado de São Paulo disparou 465% em oito anos. Veja mais informações.
A ansiedade é uma sensação de nervosismo, preocupação ou desconforto que é normal para nós, humanos. Esse sentimento é uma reação normal a uma ameaça ou a um estresse psicológico. No entanto, quando a ansiedade se torna muito intensa, contínua e desproporcional aos problemas, pode se transformar em um transtorno. Os transtornos de ansiedade são uma reação emocional de uma ameaça do futuro, e a incerteza e imprevisibilidade são seus principais gatilhos.
E temos visto nos últimos anos como a ansiedade tem aumentado entre a população de várias idades ao redor do mundo. Agora, um levantamento da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo mostra um dado alarmante: o número de pessoas de até 17 anos atendidas com sintomas de ansiedades no estado de São Paulo teve uma alta de 456% em oito anos.
Segundo a pesquisa, o total de procedimentos clínicos e internações relacionados à ansiedade em pacientes de até 17 anos no estado de São Paulo passou de 2.607 em 2015 para 14.748 em 2023, o que representa um aumento de 456%.
Além disso, os atendimentos relacionados a procedimentos clínicos e internações por depressão nessa mesma faixa etária também aumentaram no estado: passaram de 1.951 em 2015 para 4.903 em 2023, um aumento de 151% nesses oito anos.
Segundo os especialistas, entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento da ansiedade, está de forma significativa a influência do ambiente externo.
E quando os dois sintomas, ansiedade e depressão, coexistem na adolescência, os efeitos podem se estender e até se agravar na vida adulta, aumentando também a ocorrência de obesidade e problemas para dormir, segundo um estudo britânico de 2023.
Segundo a neurologista infantil Rosana Cardoso, da Associação Brasileira de Sono, o desenvolvimento de depressão e ansiedade em adultos com insônia é comum atualmente, mas agora estamos começando a ver isso em crianças também. “Ela [criança] dorme mal, e no outro dia já está mais agitada. Fica sem paciência, mais impulsiva. Esses sintomas acabam envolvendo a saúde mental da criança também”, disse ela.
Primeiramente, no caso de uma criança, uma intervenção não significa necessariamente medicar. Muitas vezes, trata-se de orientar os pais sobre como agir quando a criança está em crise. Isso vai ajudar a entender a natureza do problema. Os pais devem criar distrações externas para a criança a fim de desviar a atenção da sua mente do que está causando a crise.
Mas, de forma geral, para lidar com uma crise de ansiedade, as pessoas podem adotar algumas estratégias que podem ajudar a aliviar os efeitos, como:
Se você se identificou com o assunto deste artigo, não hesite em buscar ajuda profissional para tratar o problema e aprender a lidar com ele de uma forma mais equilibrada.
Ansiedade na infância e adolescência: atendimento dispara 465% em 8 anos; veja sinais e cuidados. 09 de dezembro, 2024. Gabriel Damasceno, Larissa Crippa e Leonardo Siqueira.