A depressão é um distúrbio afetivo que acompanha a humanidade ao longo de sua história. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si. É imprescindível o acompanhamento médico tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento adequado.
É um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral. De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico. De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida.
Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade. Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens.
Trouxemos aqui alguns filmes sobre depressão e um pequeno resumo de cada um deles, de acordo com a perspectiva de cada filme sobre esse transtorno.
Se enlouquecer não se apaixone
Um jovem que passa por dramas corriqueiros pode se sentir angustiado o bastante para tentar suicídio, por mais que seus problemas pareçam o de qualquer outro adolescente: isso é o que vemos em ‘Se enlouquecer, não se apaixone’.
O filme é uma comédia dramática que conta a história de Craig (Keir Gilchrist) que acaba sendo internado na ala psiquiátrica de um hospital após procurar ajuda depois de quase se atirar de uma ponte.
Craig, que é um jovem mediano, vive uma depressão, por estar preocupado demais com seu futuro e sentindo de forma muito intensa as angústias da adolescência. No filme, sua história é abordada de forma descontraída, trazendo à superfície traumas e medos do passado de forma natural, fazendo com que o protagonista os veja de forma diferente.
As Horas
A depressão pode atingir qualquer pessoa, em qualquer tempo, de qualquer jeito e o filme ‘As Horas’ demonstra isso de uma forma bastante curiosa, através da vida de três mulheres com depressão em diferentes épocas, mas de forma interligada, sendo um filme sagaz para a compreensão dos sintomas de depressão de diferentes formas.
No filme, vemos a vida de Virginia Woolf (Nicole Kidman) se passando em 1923 enquanto ela escrevia seu livro Mrs. Dollaway, enquanto Laura Brown (Julianne Moore) é uma dona de casa dos anos 1950 e Clarissa Vaughan (Meryl Streep) é uma mulher forte vivendo em Nova York, em 2001.
Foi Apenas um Sonho
Planejar um futuro a dois pode ser realmente empolgante, mas mesmo a maioria dos planos dando certo, pode haver problemas relacionados à depressão. Quando você se deixou em segundo plano para caber em seus próprios planos? É isso que nos mostra ‘Foi Apenas um Sonho’.
Frank (Leonardo Di Caprio) e April (Kate Winslet) se conhecem, apaixonam, casam e planejam toda a sua vida pautados em criar raízes e ter segurança e estabilidade. No entanto, suas vidas começam a ficar repetitivas e monótonas, fazendo com que eles se questionem sobre onde seus antigos sonhos foram parar e o que aconteceu com toda aquela vida que tinham. Eles vão se deprimindo e problemas começam a surgir no relacionamento.
Frank não aguenta mais seu emprego a uma hora da cidade e April já não suporta mais sua vida de dona de casa no subúrbio. Mas o que pode mudar esse casal que precisa dar uma segunda chance para seus sonhos?
Pequena Miss Sunshine
A depressão pode estar presente de várias formas, em diversas relações familiares e de forma que nem imaginamos: isso é o que retrata ‘Pequena Miss Sunshine’, justamente o nome do concurso em que a pequena Olive vai disputar e acaba movimentando toda a família em uma longa viagem de Kombi pelos EUA.
A chegada de Frank (Steve Carrel), irmão de Sheryl, que vai morar com essa grande família logo após tentar se matar, mexe ainda mais com as coisas, pois ele precisa ser monitorado para não ter uma recaída. Mas é justamente ele que traz a temática da depressão para o centro do filme, através de conversas com Olive, que começa a perceber como isso afeta sua família na convivência diária entre tensões e ações.